CHL apela à articulação de cuidados para responder aos utentes da região

CHL apela à articulação dos cuidados hospitalares e dos cuidados primários para responder aos utentes da região
 
O Conselho de Administração e equipas coordenadoras do Serviço de Urgência Geral e do Plano de Contingência da Gripe do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) reuniram na tarde de ontem, 9 de janeiro, no Hospital de Santo André (unidade de Leiria do CHL) com a presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), Rosa Reis Marques, e o diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Pinhal Litoral (que abrange os concelhos de Leiria, Batalha, Pombal, Porto de Mós e Marinha Grande), Pedro Sigalho. A iniciativa do CHL teve como objetivo articular com os cuidados primários, com o apoio da ARSC, soluções para a situação de sobrecarga das urgências hospitalares, procurando definir e adotar medidas imediatas.

Helder Roque, presidente do Conselho de Administração do CHL, apelou à colaboração de toda a rede de cuidados, criando e aplicando medidas extraordinárias para assegurar a resposta aos utentes neste período de grande afluência às urgências, «numa altura em que ainda não se atingiu o pico da atividade gripal, prevendo-se, consequentemente, o agravamento da situação». O presidente do Conselho de Administração procurou transmitir a necessidade de alargar os horários nos cuidados primários, para que possam ser uma resposta efetiva aos utentes que os procuram, constituindo-se como acesso prioritário dos utentes não urgentes, nomeadamente nos períodos em que a urgência hospitalar fica mais sobrecarregada.

Pedro Sigalho informou que foi já feito um primeiro reforço do atendimento nos centros de saúde do ACES do Pinhal Litoral: desde dia 8 de janeiro, segunda-feira, todas as equipas das consultas de reforço, que funcionam das 17h00 às 20h00 da segunda a sexta-feira estão reforçadas, assim como no horário das 8h00 às 13h00 aos sábados, domingos e feriados (à exceção do Centro de Saúde de Pombal e de uma unidade da Marinha Grande). «Temos nestes horários o dobro das consultas», explica, realçando que estão em estudo novos reforços.

Rosa Reis Marques relembrou a necessidade de sensibilizar os utentes não urgentes para recorrerem à linha saúde SNS 24 (808 24 24 24) e aos cuidados primários, dado que, caso haja essa necessidade, estes doentes serão encaminhados ao Hospital, onde terão prioridade de atendimento dentro do seu grau de urgência, e estarão isentos de taxas moderadoras. «É preciso informar os utentes, dizer-lhes quais são as soluções que podem procurar, e incentivá-los a usar corretamente os cuidados de saúde, para seu próprio benefício», salientou a presidente do Conselho Diretivo da ARSC.

Helder Roque assumiu que, no CHL, «habituámo-nos a ser parte da solução e não parte do problema, mas temos uma urgência muito pesada, muito sobrecarregada, e temos necessidade de desdobrar muito as equipas, que são incansáveis e dedicadas». «Esta situação, infelizmente, não é nova: temos uma área de influência de 400 mil habitantes e uma população muito envelhecida – sem que tenhamos aumentado na necessária proporção os recursos humanos –, e uma urgência que foi dimensionada para o HSA apenas, para 250 mil habitantes», alertou, salientando que a sobrecarga das urgências é um problema que existe durante todo o ano.

Helder Roque reconheceu as limitações e o esforço que está a ser efetuado pelo ACES, mas considera que seria fundamental que aos sábados, domingos e feriados, neste período de maior sobrecarga, o horário de atendimento nos centros de saúde fosse igual ao dos dias úteis, ou seja, prolongado até as 20h00, em vez de somente até às 13h00.

Leiria, 10 de janeiro de 2018