CHL assinala crescimento dos utentes não urgentes nos serviços de urgência
O Centro Hospitalar de Leiria assinala o crescimento do número de utentes não urgentes – pulseira verde – nos serviços de urgência, que representaram, entre 1 de dezembro de 2015 e 3 de janeiro de 2016, um total de 5.176 utentes, mais 7,4% que no período homólogo de 2014/2015, mais 5,4% no Hospital de Santo André e mais 45% no Hospital de Alcobaça. As pulseiras verdes representaram neste período 40% do total, 5.176 de um total de 13.152, e 5.230 contando também com os utentes com pulseira azul.
«Mesmo com todos os alertas que temos feito, salientando a necessidade de utilizar corretamente os serviços de urgência, evitando riscos desnecessários de contágio, por exemplo, recorrendo à Linha de Saúde 24 e à rede de cuidados primários, continuamos a assistir, infelizmente, a um crescimento do número de utentes que nos procura sem real necessidade de recorrer à urgência», explica Alexandra Borges, vogal do Conselho de Administração do CHL. «O CHL está aberto a todos os utentes, como é seu dever, e, por isso, deve partir dos cidadãos a iniciativa de recorrer aos centros de saúde ou ao seu médico assistente em primeiro lugar. O bom funcionamento dos serviços depende de todos, e por isso o CHL reitera: Urgências, só Urgentes!».
Tendo em conta a procura mais elevada que habitualmente carateriza este período do ano, quer por razões sociais, quer por razões que têm a ver com a sazonalidade de certos problemas de saúde, como os problemas respiratórios, por exemplo, o CHL pôs em prática um plano de contingência denominado “Plano de Prevenção e Resposta Outono/Inverno – Infeções Respiratórias”, que visa responder a este maior afluxo de utentes. Este plano implica a gestão e reforço, se necessário, das equipas de emergência, e a monitorização diária do funcionamento das urgências das três unidades: Leiria, Pombal e Alcobaça.
Alexandra Borges salienta que «o plano que implementámos teve, neste período, resultados positivos, com uma resposta integrada, com bons níveis de atendimento qualitativo e quantitativo, com cumprimento razoável nos tempos médios de resposta definidos». «Reduzimos neste período as transferências para outras unidades hospitalares em quase 30%, assim como as transferências para os nossos serviços de internamento; mantivemos as escalas de serviço completas; foi possível assegurar bons tempos médios de resposta aos doentes, em função da respetiva prioridade; e foi garantido o internamento de todos os doentes que tinham essa indicação em qualquer dia da semana».
Assim, e de forma a reduzir o número de utentes não urgentes que continuam a acorrer aos serviços de urgência, o CHL recomenda que recorram ao Serviço de Urgência (SU) apenas em casos urgentes ou referenciados pelo médico de família, pelo médico assistente ou pela Linha de Saúde 24. «Os utentes não devem recorrer às Urgências por iniciativa própria. Em caso de doença, devem ligar para a Linha Saúde 24, através do número 808 24 24 24, para serem aconselhados, e em caso de necessidade, devem dirigir-se ao Centro de Saúde para serem assistidos pelo seu médico de família, ou pelo seu médico assistente, ou para serem observados na Consulta Aberta ou no Serviço de Atendimento Prolongado (SAP)», reitera a vogal do Conselho de Administração do CHL.
«Recordo que, segundo um estudo realizado pelo Centro Hospitalar no final de 2014, em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria e com o ACES Pinhal Litoral, 61,8% dos inquiridos foram ao SU por iniciativa própria e apenas 18,3% recorreram aos cuidados de saúde primários antes de vir ao SU, e, destes, apenas 36,4% trouxeram informação clínica», refere Alexandra Borges, explicando que «estes dados demonstram a falta de informação por parte dos utentes relativamente ao nível de diferenciação e ao acesso aos cuidados de saúde, bem como alguma distorção da perceção do seu estado de saúde». «Ao ser referenciado pelo seu médico de família ou médico assistente, ou pela Linha de Saúde 24, chega ao SU com uma carta com informação clínica e tem prioridade em relação a um utente não referenciado», alerta a responsável.
A ida à urgência sem indicação médica e em casos não urgentes (pulseira verde) propicia a acumulação de pessoas nos serviços, o que gera o aumento anormal dos tempos de espera, já que as equipas médicas têm que assistir primeiro os casos urgentes e só depois podem observar aqueles utentes que recorrem à urgência incorretamente para consulta. Para além de impedir o bom funcionamento do serviço para os utentes que dele realmente precisam, esta situação acarreta ainda riscos, pela exposição a doenças como as gripes e doenças respiratórias, por exemplo, correndo o risco de ser contagiados.
12/01/2016