CHL nomeia equipa para a nova Unidade Integrada de Diabetes
O Centro Hospitalar de Leiria nomeou recentemente a equipa da nova Unidade Integrada de Diabetes (UID), que visa abordar e tratar o doente diabético de forma equitativa em todo o centro hospitalar e implementar o plano assistencial integrado da diabetes. Esta equipa multidisciplinar, em colaboração com os restantes profissionais, define na consulta autónoma com cada pessoa com diabetes tipo 1 ou tipo 2, as metas e objetivos individuais a atingir e a terapêutica a adotar.
As pessoas com diabetes, referenciadas pelos médicos de família, são reencaminhadas para o mesmo se a situação que motivou a referenciação estiver ultrapassada ou mantêm-se em cuidados partilhados se existirem complicações que necessitem de cuidados hospitalares periódicos.
À nova equipa de UID compete a promoção da interligação entre os serviços hospitalares e os prestadores de cuidados de saúde primários, com o intuito de melhorar o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde prestados. Através do estabelecimento dos circuitos de referenciação, de circulação de informação clínica entre os profissionais e os serviços envolvidos, são criadas as condições para um funcionamento integrado do sistema de saúde e é efetuado um consumo eficiente dos recursos disponíveis.
«Os profissionais desta equipa esperam conseguir tratar mais, melhor e com equidade os nossos diabéticos atingindo os ganhos em saúde definidos nas metas», salienta Amália Pereira, coordenadora da UID do CHL. «O diagnóstico precoce e a intervenção atempada diminuem substancialmente o risco de complicações na diabetes. Por outro lado, as pessoas com diabetes bem controlada terão melhores índices de saúde e consequentemente melhor qualidade de vida».
A equipa da UID integra médicos especialistas em Medicina Interna, Pediatria e Endocrinologia, com experiência em diabetologia, bem como enfermeiros generalistas e especialistas com formação específica em diabetes e podologia, uma dietista, uma assistente social, e apoio de outras especialidades médicas, nomeadamente Cirurgia, Ortopedia, Oftalmologia, Cardiologia, Urologia e Fisiatria. Os doentes que carecem de avaliação pela cirurgia vascular e nefrologia serão encaminhados para orientação em Coimbra sempre que necessário.
O plano estratégico da Unidade Integrada de Diabetes preconiza um conjunto de atividades sequenciais destinadas ao diagnóstico precoce, confirmação diagnóstica, tratamento integral e monitorização clínica da pessoa com diabetes mellitus tipo 2, garantindo a corresponsabilidade de todos os profissionais de saúde e a continuidade assistencial entre todos os níveis de cuidados de saúde, primários, hospitalares e continuados integrados.
Após a nomeação da equipa da UID, está contemplada a formação dos profissionais, criação de protocolos de referenciação elaborados em parceria com os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), procedimentos e definição de indicadores de monitorização dos processos. Nesta fase as normas de orientação clínica referentes a esta patologia já estão a ser implementadas no CHL. Numa etapa posterior será realizada uma auditoria interna de forma a avaliar o trabalho de equipa, os resultados obtidos, os pontos fortes e serão identificadas as possibilidades de melhoria.
Em fevereiro de 2013, o gabinete do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde definiu em despacho um novo modelo organizacional na prestação de cuidados especializados na área da diabetes, para melhorar as medidas de prevenção e controlo da doença. O documento oficial preconiza a criação de Unidades Coordenadoras Funcionais da Diabetes, a criação de consultas autónomas de diabetes nos Agrupamentos de Centros de Saúde e a criação de Unidades Integradas de Diabetes nos hospitais.
A diabetes mellitus é uma doença crónica que se encontra atualmente em larga expansão em todo o mundo constituindo um grave problema de saúde pública. Sabe-se hoje que o excesso de mortalidade e de morbilidade podem ser evitados, mas apesar dos importantes avanços terapêuticos dos últimos anos, ainda não foram alcançados resultados aceitáveis, como demonstram os dados da International Diabetes Federation, que indicam 366 milhões de pessoas com diabetes mellitus 2, prevendo-se para 2030 cerca de 552 milhões, o que representará um aumento de 51%.