CHL referencia mais doentes para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

Demora média de colocação dos utentes nos cuidados continuados melhorou em sete dias

O Centro Hospitalar de Leiria aumentou em 15% a referenciação de doentes para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados em 2015, comparativamente ao ano de 2014. O relatório anual das Equipas de Gestão de Altas (EGA) do CHL revela que, em 2015, a demora média de ingresso dos doentes nas unidades de referenciação melhorou para 23 dias em comparação com os 30 dias de média em 2014, «o que é uma melhoria muito significativa na resposta aos utentes, muito embora estejamos ainda aquém da resposta que seria desejável para responder atempada e adequadamente às necessidades dos nossos utentes», refere Luísa Pinto, coordenadora das EGA.
 
«Os hospitais são unidades onde se tratam os doentes em situação de doença aguda, e por isso têm necessidade permanente de internar novos utentes, nomeadamente aqueles encaminhados pela urgência», explica Luísa Pinto, «assim, quando a situação clínica dos utentes deixa de ser aguda mas ainda carece de cuidados assistenciais, há a necessidade de os transferir para uma rede de cuidados continuados, o que nem sempre acontece com a necessária celeridade». «Acontece por vezes não haver colocação adequada para essas pessoas, e, sem cuidados assistenciais, acabam novamente por entrar em situação aguda, e regressar ao hospital», salienta a coordenadora.
 
Em 2015 o CHL referenciou 875 doentes, dos quais 51 foram encaminhados para as equipas de Cuidados Continuados Integrados, 74 integraram Unidades de Convalescença, 467 entraram em Unidades de Média Duração e Reabilitação, 222 ingressaram em Unidades de Longa Duração e Manutenção, e 61 foram referenciados para os Cuidados Paliativos.
 
O Hospital Distrital de Pombal referenciou 146 doentes em 2015, dos quais 46,6% foram admitidos nas diversas unidades, e o Hospital de Alcobaça encaminhou 112 doentes para a RNCCI, o dobro em relação a 2014. O Hospital de Santo André, em Leiria, referenciou 617 doentes, dos quais 358 deram entrada na rede, 69 faleceram antes da referenciação, 173 foram cancelados, por agravamento do estado de saúde, ou por recusa por melhoria do doente ou outra resposta social, ou por não ter critérios para entrar na RNCCI. Acontecem igualmente casos em que, dada a demora do processo, os utentes e as famílias acabam por procurar respostas alternativas.
 
Maria Amélia Magalhães, responsável pelo Serviço Social do CHL, explica ainda que «o processo burocrático que envolve a referenciação e a escassez de cama da rede, faz com que muitos doentes tenham alta e, após algum tempo em casa, acabem por regressar», por isso «é urgente podermos dar resposta mais célere às necessidades dos utentes e das famílias».

Leiria, 28 de setembro de 2016