Consulta de estomaterapia do CHL apoia doentes ostomizados
O Centro Hospitalar de Leiria realiza consultas de estomaterapia na Consulta Externa do Hospital de Santo André, em Leiria, que pretendem apoiar doentes ostomizados (que foram sujeitos a uma intervenção cirúrgica que implica a criação de uma abertura para o exterior para saída de fezes ou urina, por exemplo), para garantir a sua independência nas atividades diárias. Este acompanhamento especializado dá continuidade aos cuidados prestados no internamento, e integra o projeto APOIAR – Assistência a Pessoa com Ostomia: Independência, Autonomia e Recuperação, que dispõe de uma equipa de enfermeiros com formação em estomaterapia.
«Esta consulta vem dar resposta sistematizada aos doentes que têm alta com uma nova condição a nível da eliminação intestinal e urinária, e, consequentemente, com alterações da autoestima e da imagem corporal», salienta Lucília Ribeiro, enfermeira na Consulta Externa e responsável pela consulta de estomaterapia do CHL. «A pessoa com ostomia necessita de um apoio específico e pluridisciplinar para si e para a sua família, de forma a atingir a autonomia de cuidados e a valorização da sua autoestima para que a reintegração na vida social seja a mais rápida possível».
Esta consulta especializada, realizada à sexta-feira, engloba a aprendizagem a nível cognitivo, afetivo e psicomotor. Os atendimentos de enfermagem em articulação com outros profissionais permitem informar, esclarecer e ensinar práticas que ajudam a pessoa com ostomia e a sua família a adaptarem-se a esta nova condição de vida, bem como a prestar vigilância adequada à ostomia, de modo a prevenir complicações ou a tratá-las, caso surjam. A consulta conta com o apoio pluridisciplinar, sempre que necessário, do médico-cirurgião, do assistente social, do urologista, e até a intervenção de outras especialidades como a dermatologia.
As consultas de estomaterapia no CHL tiveram início a 22 de agosto, e até ao final de novembro já foram realizadas cerca de 70 consultas e 40 contactos telefónicos, que são habitualmente efetuados nas primeiras 72 horas depois da alta, em situação de pós-operatório. Os dados revelam um crescimento do número de doentes no CHL nesta condição, devido à diferenciação e boas práticas das áreas cirúrgicas.
«O doente vem normalmente acompanhado, e toda a intervenção é avaliada individualmente, tendo em conta cada uma das situações. Cada pessoa e cada família têm o “seu tempo” para a informação e para a aprendizagem»,salienta Lucília Ribeiro. «Aumenta a responsabilidade dos enfermeiros, nomeadamente com formação em estomaterapia, de acompanhar os doentes, já que a vigilância e o cuidado correto com o estoma previne muitas complicações. Por todas estas razões, este projeto recebeu o empenho e carinho de todos os profissionais envolvidos», acrescenta
O impacto provocado por uma ileostomia, colostomia ou urostomia é muito significativo, seja uma ostomia temporária ou definitiva. Mesmo com a sua condição escondida pela roupa, o doente pode ser guiado por sentimentos negativos, o que gera obstáculos para a reintegração e para o regresso ao convívio familiar e social. Nesta consulta o doente aprende a usar os dispositivos, a forma de os mudar, os cuidados de higiene, como e onde adquirir os dispositivos, e como evitar problemas de pele.