«Um hospital que investiga é um hospital melhor» - João Morais
«Um hospital que investiga é um hospital melhor», salientou João Morais, diretor do Serviço de Cardiologia e coordenador do novo Centro de Investigação do Centro Hospitalar de Leiria, apresentado sexta-feira, 5 de dezembro, na presença de dezenas de profissionais do CHL e de convidados ligados ao universo da investigação em saúde. Este novo Centro visa reforçar o incentivo ao crescimento de projetos de investigação e de inovação, e promover o fomento do conhecimento científico e tecnológico.
O Centro de Investigação do CHL integra uma equipa multidisciplinar: João Morais, Catarina Ruivo, interna de Cardiologia, Daniel Carvalho, enfermeiro, Gina Marrão, assistente de Laboratório, Isabel Dias, assistente de farmácia, João Paulo Castro de Sousa, diretor do Serviço de Oftalmologia, Maria de Lurdes Nogueira, administradora hospitalar e assessora do Conselho de Administração, Maria Pedro Guarino, professora da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria), Marta Gôja, interna de Medicina Interna, e Teresa Peralta, enfermeira.
A criação deste Centro é uma aposta dos profissionais de saúde na investigação e na inovação, para a melhoria dos cuidados prestados, e dedicar-se-á a várias áreas, muito além da prática clínica. João Morais explicou porque é que se justifica a criação deste Centro, em primeiro lugar pela «elevada atividade assistencial do CHL», e pela excelência dos cuidados, acreditada inclusivamente pela JointCommissionInternational; pela crescente importância do ensino pós-graduado na instituição, salientando que um terço dos médicos do Hospital de Santo André são internos; e porque já se faz investigação no CHL, e que esta será uma nova forma de a fazer.
Este centro deverá, segundo o seu coordenador: promover a investigação no CHL, apoiar a criação individual, e angariar parcerias no âmbito da investigação, nomeadamente parcerias do meio académico, com especial destaque para o IPLeiria, para a Universidade de Coimbra e para a Universidade da Beira Interior, da indústria farmacêutica e de dispositivos, de empresas que participem na organização da investigação, e das unidades de saúde da área de influência do CHL (nomeadamente ACES e a ARS Centro).
Atualmente estão em curso no CHL 36 projetos de investigação, sendo que 23 são de iniciativas individuais de investigador, o que «mostra bem a dinâmica deste centro e dos seus profissionais», salientou João Morais.
Emília Monteiro, responsável pela PtCRIN e docente na Faculdade de Ciências Médicas da Nova Medical School, Rede portuguesa de Infraestruturas para a Investigação Clínica, e membro da estrutura europeia na mesma área, apresentou neste lançamento o trabalho da PtCRIN e salientou a importância de ter o CHL como membro observador, um passo substancial para que o trabalho de investigação deste Centro seja conhecido e reconhecido nacional e internacionalmente, e desafiou os presentes a apresentar as suas ideias para um possível financiamento desta estrutura.
Lino Gonçalves, diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e regente da unidade curricular de Cardiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, foi convidado a falar sobre a formação pós-graduada, que exemplificou com algum do trabalho que desenvolveu no âmbito da investigação, e ainda do programa Português da Harvard Medical School, uma formação de topo, altamente competitiva, ao alcance dos jovens médicos portugueses. Falou ainda na plataforma de e-learning da Sociedade Europeia de Cardiologia – ESCeL, de formação e treino médicos, que aposta na inovação com a educação e treino baseados na evidência, onde a investigação é fundamental.
Miguel Castelo-Branco, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira, docente e investigador da Universidade da Beira Interior, falou da experiência desta unidade hospitalar com o seu Gabinete de Ensaios Clínicos, e na oportunidade que agora temos de ter hospitais modernos, que conjugam uma atividade assistencial de qualidade, com um ensino de excelência, e uma investigação profícua. «Os ganhos para os utentes são evidentes e de grande importância», explicou Miguel Castelo-Branco.
Helder Roque, presidente do Conselho de Administração do CHL, falou do percurso deste centro hospitalar, de grande motivação, reconhecimento e credibilidade. «O Centro de Investigação será um fator de motivação acrescida para todos, e será, com certeza, um projeto de sucesso», referiu, acrescentando que «temos uma grande expetativa quanto a esta nova estrutura, pelo que assumimos hoje um compromisso público de acompanhar de perto este trabalho».
Organizar, promover, acompanhar e divulgar os estudos e projetos de investigação realizados no CHL, são algumas das competências da nova estrutura. A equipa responsável deverá ainda manter atualizados os dados relativos aos projetos de investigação, ensaios clínicos, trabalhos, apresentações, e questionários aplicados, ou desenvolvidos no CHL no âmbito da sua qualificação.
Ao Centro de Investigação compete ainda validar e submeter os pedidos de aprovação de estudos de investigação clínica ao conselho de administração e à comissão de ética do CHL; apoiar as equipas clínicas e não clínicas afetas aos estudos de investigação, em todos os temas administrativos e logísticos diretamente relacionados; dinamizar a constituição de grupos de investigação, a realização de projetos de investigação e de ensaios clínicos; e estimular a cooperação científica interinstitucional nacional e estrangeira.