O projeto “Ambulância Mágica”, liderado pela Cruz Vermelha Portuguesa da Delegação de Coimbra, concretizou no passado dia 1 de dezembro o grande desejo de uma doente de 89 anos, da Unidade de Internamento de Cuidados Paliativos do Centro Hospitalar de Leiria: ir ao Santuário de Fátima. Diagnosticada com a doença de Parkinson, que lhe retirou a sua mobilidade, esta doente de Colmeias, já acamada há alguns anos, tinha uma grande vontade de voltar a Fátima para rezar e sentir alguma paz, uma vez que sempre foi muito religiosa e devota, com um elevado sentido de espiritualidade.
 

«Esta “missão” só foi possível de concretizar graças à pronta resposta dos responsáveis pelo projeto “Ambulância Mágica”, que aceitaram o nosso desafio e ainda articularam os devidos contactos com o Santuário de Fátima, que assegurou todas as condições logísticas necessárias para esta visita especial», destaca Catarina Faria, diretora do Serviço de Cuidados Paliativos do CHL. «A nossa doente partilhou com a nossa equipa esta sua vontade de ver Nossa Senhora de Fátima e de poder estar junto dela. Percebemos que era algo que a faria muito feliz e a deixaria muito tranquila, pelo que fizemos a nossa parte para o concretizar.» 
 

O projeto “Ambulância Mágica” é inovador na área de Cuidados Paliativos, vencedor do concurso “Projetos Inovadores de Intervenção em Cuidados Paliativos” do Programa Humaniza da Fundação “la Caixa”, e está em funcionamento desde janeiro deste ano, operacionalizado pela Cruz Vermelha Portuguesa da Delegação de Coimbra. Conta com uma equipa técnica multidisciplinar com formação em Cuidados Paliativos e tem como objetivo concretizar desejos significativos para os doentes com patologia neurodegenerativa em fase avançada que, apesar de terem plenas faculdades mentais, já não estão capazes de se locomover devido à doença que apresentam.
 

«Tal como a equipa desta “Ambulância Mágica” também nós, Serviço de Cuidados Paliativos, acreditamos que a concretização destes desejos significativos, muitas vezes únicos e últimos, promovem o bem-estar emocional e espiritual do utente, com consequente alívio do sofrimento psicológico causado pela doença, e com um impacto tremendamente positivo na sua qualidade de vida», defende Catarina Faria. «A profunda emoção e sentimento apaziguador que a nossa doente experienciou durante aquela visita foi um sopro de vida e de alegria que todos, em parceria, lhe conseguimos proporcionar.»

 

6 de dezembro de 2022.