Os utentes devem ir à Urgência apenas em casos urgentes ou por indicação médica

O Centro Hospitalar de Leiria recomenda que os utentes recorram ao Serviço de Urgência (SU) apenas em casos urgentes ou referenciados pelo médico de família, pelo médico assistente ou pela Linha de Saúde 24. «Os utentes não devem recorrer às Urgências por iniciativa própria. Em caso de doença, devem ligar para a Linha Saúde 24, através do número 808 24 24 24, para serem aconselhados, e em caso de necessidade, devem dirigir-se ao Centro de Saúde para serem assistidos pelo seu médico de família, ou pelo seu médico assistente, ou para serem observados na Consulta Aberta ou no Serviço de Atendimento Prolongado (SAP)», alerta Alexandra Borges, vogal do Conselho de Administração do CHL.

«Queremos reiterar junto da sociedade que apenas se deve recorrer aos serviços de urgência quando se verificam situações de verdadeira urgência. A ida à urgência sem indicação médica e em casos não urgentes (pulseira verde) propicia a acumulação de pessoas nos serviços, o que gera o aumento anormal dos tempos de espera. As equipas médicas têm que assistir primeiro os casos urgentes e só depois podem observar aqueles utentes que recorrem à urgência incorretamente para consulta. Para além de impedir o bom funcionamento do serviço para os utentes que dele realmente precisam, esta situação acarreta ainda riscos, pela exposição a doenças como as gripes e doenças respiratórias, por exemplo, correndo o risco de ser contagiados», recomenda Alexandra Borges.
 
A maioria dos utentes desconhece que ao ser referenciado pelo seu médico de família ou médico assistente, ou pela Linha de Saúde 24, chega ao SU com uma carta com informação clínica e tem prioridade em relação a um utente não referenciado.

«Evite sobrecarregar o Serviço de Urgência, destinado a tratar os casos graves e não para efetuar consultas», enfatiza Alexandra Borges. A vogal atesta que «o CHL está aberto a todos os utentes, como é seu dever, e que por isso parte dos cidadãos e das instituições a iniciativa de recorrer aos cuidados de saúde primários ou ao seu médico assistente em primeiro lugar. O bom funcionamento dos serviços depende de todos, e por isso o CHL reitera: Urgências, só Urgentes».

A utilização incorreta dos Serviços de Urgência continua a ser um problema e uma preocupação do CHL. Segundo um estudo realizado pelo centro hospitalar no final de 2014, em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria e com o ACES Pinhal Litoral, 61,8% dos inquiridos foram ao SU por iniciativa própria e apenas 18,3% recorreram aos cuidados de saúde primários antes de vir ao SU, e, destes, apenas 36,4% trouxeram informação clínica. Estes dados demonstram a falta de informação por parte dos utentes relativamente ao nível de diferenciação e ao acesso aos cuidados de saúde, bem como uma distorção da perceção do seu estado de saúde.

O CHL reforça ainda as recomendações que têm sido dadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS), para os cuidados e dicas que ajudam os utentes a prevenir a infeção e a evitar o contágio da gripe. A DGS alerta para a forma mais eficaz de prevenir a gripe, ou, pelo menos, casos mais severos, que é a vacinação anual, aconselhada especialmente às pessoas que têm maior risco de sofrer complicações depois da gripe: pessoas com 65 e mais anos de idade, principal¬mente se residirem em instituições, e crianças com mais de seis meses de idade que sofram de doenças crónicas dos pulmões, do coração, dos rins ou do fígado, de diabetes em tratamento (comprimidos ou insulina), e de outras doenças que diminuam a resistência às infeções. A vacinação deverá ser feita até ao final do ano, de forma a ser eficaz durante o período que se espera ser o pico gripal.

Importante também é o reforço das medidas de higiene das mãos, um dos principais passos para evitar a contaminação e o contágio. Esta medida, simples e muito eficaz, é aplicável ao público em geral e aos profissionais de saúde, e deve ser promovida por todos, em casa, no trabalho, nas instituições de saúde, nos serviços públicos, etc. É igualmente fundamental evitar o contacto com pessoas internadas, ou com pessoas com problemas respiratórios e, como sempre, evitar levar as crianças a visitar doentes internados no hospital.

Sobre a Gripe

Como informa a DGS no seu microsite sobre a gripe, no adulto esta doença manifesta-se pelo início súbito de mal-¬estar, febre alta, dores musculares e arti¬culares, dores de cabeça e tosse seca, podendo também ocorrer inflamação dos olhos. Nas crianças, os sintomas dependem da idade: nos bebés, a febre e prostração são as manifes¬tações mais comuns, e os sintomas gastrintesti¬nais (náuseas, vómitos, diarreia) e respiratórios (laringite, bronquiolite) são também frequentes; a otite média pode ser uma complicação frequente no grupo etário até aos três anos; e na criança maior os sintomas são seme¬lhantes aos do adulto.

Para os utentes que estejam doentes, é importante que permaneçam em casa, em repouso, não se agasalhem demasiado, e bebam muitos líquidos, como água e sumos de fruta. Se viverem sozinhos, especialmente se forem idosos, devem pedir a alguém que lhes telefone regular¬mente para saber como estão. É importante medir a temperatura ao longo do dia, e em caso de febre, podem tomar paracetamol, tendo em atenção que as grávidas ou mulheres a amamentar não devem tomar medicamentos sem falar com o seu médico. O soro fisiológico é uma boa ajuda para a obstrução nasal, e, acima de tudo, não tome antibióticos sem recomendação médica – estes não atuam nas infeções virais, não melhoram os sintomas, nem aceleram a cura.