Serviço de Pneumologia do CHL assinala Dia Mundial do Cancro do Pulmão

Efeméride celebrada com música e poesia junto de utentes e acompanhantes 

O Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de Leiria assinalou o Dia Mundial do Cancro do Pulmão na manhã do dia 1 de agosto, com uma mensagem de esperança através de um momento musical, interpretado por Duarte Sá, e um recital de poesia protagonizado por José Luís Coelho, utentes do Serviço, que se disponibilizaram para marcar esta efeméride, junto de outros utentes e acompanhantes na Unidade de Ambulatório de Pneumologia do Hospital de Santo André (HSA).  
 
«Quisemos assinalar o Dia Mundial do Cancro do Pulmão, que ainda continua a ser uma patologia com um prognóstico reservado, porque a maior parte dos doentes nos chegam já num estadio muito avançado. A iniciativa foi idealizada numa ótica positiva, no sentido de estimular a esperança. De facto, temos assistido a avanços muito importantes no tratamento do cancro do pulmão, uma evolução mesmo extraordinária, e apesar de exigir dos profissionais uma atualização constante, torna-se verdadeiramente gratificante», refere Sónia Silva, médica pneumologista e coordenadora da Pneumologia Oncológica do CHL. «Temos também contado com o apoio do Conselho de Administração e de muitos Serviços do CHL, porque atuamos de forma transversal e multidisciplinar em prol dos nossos doentes, pelo que hoje também é dia de agradecer toda essa colaboração.»
 
Quanto aos novos casos de cancro do pulmão tratados no Serviço, a pneumologista do CHL refere que «temos tido perto de 100 novos casos por ano, com doentes que necessitam de reavaliação frequente em consulta quase todos os meses, nomeadamente os que estão em tratamento ativo. Mesmo na pandemia o número médio de novos doentes não baixou, até porque tivemos alguns casos de doentes com COVID em que foi diagnosticado cancro no pulmão na sequência da reavaliação pós infeção COVID, o que permitiu detetar precocemente algumas situações».
 
A maioria dos doentes são diagnosticados já em fase avançada de doença, uma vez que o tumor pode desenvolver-se durante algum tempo sem dar sintomas. E quando estes surgem são, muitas vezes, desvalorizados. É importante estar atento a queixas de tosse persistente, expetoração com sangue e dor torácica, e procurar avaliação médica.
 
«A abertura do nosso Serviço em 2016 foi uma mais-valia para os doentes ao nível da proximidade no acesso aos cuidados de saúde especializados. Mostrarmos que estamos cá para darmos resposta às suas necessidades, mesmo em termos de tempos de resposta. Sendo uma patologia tão rápida e agressiva, não dá para esperar, sempre com pedidos e alguma pressão para que tudo seja agilizado rapidamente, até internamente, esperando que o cancro do pulmão possa ser cada vez mais encarado como uma doença crónica e que possa ser tratada com muita qualidade de vida, embora a cura seja mais complicada para os estadios mais avançado», destaca Sónia Silva.
 
Sabe-se que o tabaco é o principal fator de risco para o cancro do pulmão. Entre 85 e 90% dos novos casos são detetados em fumadores e, por isso, somente com uma redução dos hábitos tabágicos da população se poderá atingir uma redução do número de casos. A exposição profissional, as alterações moleculares e o envelhecimento são também fatores de risco para o cancro do pulmão e a ter em conta na abordagem desta doença.
 

9 de agosto de 2022.