Simpósio debate novas perspetivas do suicídio e comportamentos autolesivos
“Suicídio e comportamentos autolesivos: novas perspetivas” é o mote do XIV Simpósio da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, organizado em colaboração com o Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar de Leiria, e que decorreu nos dias 17 e 18 de abril no Hotel Villa Batalha. O encontro científico analisou o suicídio através de abordagens que contemplam a pessoa, a comunidade, a saúde pública, a escola, a religião, as implicações legais, a prevenção e o apoio após o suicídio.
«Todos seremos poucos para debater e participar neste evento de âmbito nacional, que se destina a médicos de família, psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, sociólogos, assistentes sociais, teólogos, professores, jornalistas e estudantes», refere Jorge Santos, presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia.
«Neste simpósio foi possível abordar ”novas perspetivas” sobre esta tragédia planetária, versando temas que abrangem áreas desde a prevenção, a religião, a medicina legal, a educação escolar ou a suscetibilidade dos próprios profissionais de saúde», explica Cláudio Laureano, diretor do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do CHL. «Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde, o suicídio continua a ser a causa de metade das mortes violentas que anualmente ocorrem no mundo inteiro, com quase um milhão de vítimas», acrescenta o médico psiquiatra.
O simpósio teve início com uma mesa redonda sobre “Religiões e Suicídio” às 9h30, moderada por Fausto Amaro, com as intervenções de David Munir, Vítor Coutinho e José Ferrão. “Estatísticas do suicídio: mais próximas da realidade?” foi o tema do segundo painel de discussão, moderado por Daniel Seabra e com os contributos de Jorge Santos e Ana Sofia Coelho, seguido pela sessão de abertura. Esta cerimónia contou com a presença de Paulo Jorge Santos, presidente da Câmara Municipal da Batalha, José Manuel Tereso, presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Centro, Helder Roque, presidente do Conselho de Administração do CHL, Ana Barros, presidente do Conselho Distrital de Leiria da Ordem dos Médicos, Jorge Santos, presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, e Cláudio Laureano, diretor do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do CHL.
Durante a tarde, Nuno Gil moderou uma conferência sobre “Atualizações e reflexões” no âmbito das novas nomenclaturas em suicidologia, dos comportamentos suicidários, do contexto socioeconómico e das causas não psiquiátricas de suicídio. Pelas 16h30 foram partilhados estudos de caso na mesa redonda “Realidades Locais”, com a moderação de Cláudio Laureano.
Os temas impacto do suicídio e os comportamentos autolesivos abriram o segundo dia do Simpósio, que contou com a moderação de Bessa Peixoto, onde foi relacionado o tema do suicídio com os médicos enquanto profissão de risco, com as forças de segurança e a polícia de segurança pública. Pelas 11h15 realizou-se uma sessão moderada por Nazaré Santos, dedicada ao tema do suicídio na adolescência, com as intervenções de Manuela Soares, Marta Brás e José Santos, que destacou o bullying e a prevenção do suicídio na comunidade educativa.
O simpósio encerrou às 12h30 com a conferência sobre a “Implementação do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio 2013/2017”, proferida por Álvaro de Carvalho, diretor nacional da Direção Geral de Saúde para o Plano Nacional de Saúde Mental. Durante os dois dias do encontro decorreram comunicações livres e foi eleito o melhor poster científico.