Campanha: “Pare, pense, mude: pequenos gestos, grandes mudanças”

Centro Hospitalar de Leiria promove campanha sobre sustentabilidade “Pare, pense, mude: pequenos gestos, grandes mudanças”
Campanha visa melhorar a eficiência energética e hídrica, e reduzir a produção de conteúdos
 
O Centro Hospitalar de Leiria junta-se ao Ministério da Saúde (MS) para promover a campanha "Pare, pense, mude: pequenos gestos, grandes mudanças", que assenta sobre diversas questões subordinadas ao tema da Sustentabilidade. A fase um de quatro desta campanha inicia-se hoje, dia 23 de setembro, e decorre até dia 14 de outubro, e surge como resultado da criação de um conjunto de iniciativas que visam fornecer a todas as entidades do Ministério da Saúde as condições necessárias para o cumprimento das metas de eficiência energética, hídrica e mitigação da produção de resíduos, definidas pelo Plano Estratégico do Baixo Carbono (PEBC) e do Programa de Eficiência Energética (Eco.AP) do MS. Este conjunto de iniciativas deu lugar ao desenvolvimento do "Guia de Boas Práticas para o Sector da Saúde", uma coletânea de medidas de boas práticas para implementação nas diferentes entidades do Ministério da Saúde. 
 
A campanha "Pare, pense, mude: pequenos gestos, grandes mudanças" pretende consciencializar e sensibilizar a população para a adoção de comportamentos mais sustentáveis, principalmente quando estão num edifício hospitalar. Esta campanha de sustentabilidade foca-se em três grandes objetivos:
Potenciar a redução nos consumos de energia, água e produção de resíduos definidos nos despachos dos Secretários de Estado da Saúde; 
Sensibilizar/consciencializar todos os colaboradores e visitas para as práticas sustentáveis; 
Gerar, facilitar e intensificar os fluxos de poupança, incentivando a um desempenho individual e organizacional sustentáveis.
 
Saiba tudo sobre a campanha "Pare, pense, mude: pequenos gestos, grandes mudanças" aqui.








A iniciativa “Cuidados de Saúde Sustentáveis” integra as diversas medidas definidas pelo Centro Hospitalar de Leiria que pretendem promover a mudança de comportamentos. 
Associado à promoção da mudança de comportamentos encontra-se o Plano Estratégico do Baixo Carbono (PEBC) e o programa de Eficiência Energética na Administração Pública (Eco.AP) que estabelecem metas de eficiência energética, hídrica e mitigação da produção de resíduos até 2020, cuja evolução e tendência ao nível do universo das entidades do Ministério da Saúde, têm sido monitorizadas através dos Relatórios de Monitorização Trimestral de Energia, Água e Resíduos e do Ranking Anual de Eficiência Energética e Hídrica dos Hospitais do SNS, produzidos pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).   
 


















(atualizado a 29 de julho de 2022)

 
 

Guia de Boas Práticas para o Setor da Saúde: o que é?

Numa primeira fase da campanha "Pare, pense, mude: pequenos gestos, grandes mudanças", prevê-se a sensibilização da população e a partilha de práticas sustentáveis, baseadas no Guia de Boas Práticas para o Setor da Saúde. Este guia é um instrumento que visa promover a redução dos consumos e dos custos com os utilities (energia e água), apelar à redução da produção dos resíduos e difundir a adoção de comportamentos que fomentem economias de baixo carbono.  As medidas apresentadas neste guia prático, na sua maioria, são transversais, podendo ser implementadas na generalidade das entidades públicas do setor da saúde, e assentam nos seguintes pressupostos:
Custos de implementação muito reduzidos;
Baixos períodos de retorno;
Complexidade de implementação baixa;
Facilidade na replicação das medidas. 
 
As medidas propostas, que serão apresentadas posteriormente, exigem o envolvimento de todos os colaboradores e utilizadores das instalações e equipamentos, nomeadamente: 
Serviço de Instalações e Equipamentos;
Serviço de Aprovisionamento;
Utilizadores dos edifícios (colaboradores e visitas);
Serviço de Sistemas de Informação;
Serviço de Segurança.
 

Boas práticas para a Sustentabilidade

 
Boas práticas que podem ser aplicadas para melhorar a eficiência energética, hídrica e mitigação da produção de resíduos nas entidades do Ministério da Saúde, nas quais se integra o Centro Hospitalar de Leiria:

  
Definir e monitorizar indicadores de consumo de energia, água e produção de resíduos
- Divulgação periódica dos consumos, de forma a criar uma competição interna entre serviços pelos melhores indicadores (exemplo de indicadores: consumo por área útil, consumo por número de colaboradores, consumo por doente padrão, entre outros);
- Processos de alertas de desvios dos consumos/consumo exagerado.
 
Mediante o controlo e acompanhamento destes indicadores será possível detetar desvios anormais cujas causas poderão ser avarias. 
 
Implementar campanhas de consciencialização e sensibilização 
- Sensibilização do foro comportamental (ações de formação e sensibilização sobre eficiência, redução de consumos e triagem de resíduos, distribuição de autocolantes temáticos, folhetos, cartazes, e personalização de computadores, entre outros);
- Elaboração e divulgação do Manual de Boas Práticas Ambientais;
- Identificação dos contentores para o correto acondicionamento dos resíduos nos locais de produção.

Introduzir critérios de sustentabilidade na compra de produtos e serviços
- Aquisição preferencial de equipamentos com menores consumos de energia;
- Opção pela utilização de consumíveis de informática reciclados;
- Substituição de impressoras locais por impressoras multifunções departamentais. 

Instalação de aparelhos de iluminação mais eficientes
- Substituição de lâmpadas construtivamente obsoletas por outras mais eficientes;
- Substituição de sistemas de comando manual de iluminação por sistemas automáticos e/ou de controlo de fluxo luminoso.
A substituição de lâmpadas menos eficientes por lâmpadas fluorescentes (tubulares ou compactas) e de balastros ferromagnéticos por balastros eletrónicos permite poupar até 40€/ano por fonte de iluminação, admitindo uma utilização de 12 horas/dia.
 
 
Ajustar a potência de iluminação e instalar sensores de presença
- Desligar/reduzir iluminação artificial em zonas com iluminação natural suficiente;
- Instalação de detetores de movimento/presença com comando de iluminação em locais de passagem/curta permanência;
- Alteração/otimização dos horários de iluminação interior de acordo com a taxa de utilização e ocupação.
 
Na prática, ao reduzir 50% do tempo de funcionamento, reduz-se 50% do respetivo consumo energético.
 
 
Gestão de ascensores
- Instalação de variadores de frequência ou arrancadores suaves em alguns elevadores;
- Instalação de sistemas de acionamento elétrico dos motores dos elevadores/ascensores com regeneração.
 
Ao reduzir a potência de iluminação de 100W para 20W, considerando um período de funcionamento de 8 horas/dia, é possível poupar 35€ por ano, por elevador.
 
 
Compensação da energia reativa
- Instalação/substituição e ampliação das baterias de condensadores e/ou respetivos escalões para correção do fator de potência;
- Melhoria do atual sistema de correção automática do fator de potência/compensação da produção interna de energia reativa.
 
O investimento na instalação de baterias de condensadores em instalações com fatores de potência reduzidos poderá ter retorno num período inferior a 18 meses. 

 
Otimização do sistema AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) e conforto térmico 
- Alteração do regime periódico de funcionamento dos sistemas individuais (split systems) para geração de frio e de calor;
- Programação dos equipamentos AVAC através da Gestão Técnica Centralizada (GTC);
- Redução dos set-points de temperatura nos equipamentos de climatização;
- Substituição gradual de janelas de vidro simples por janelas de vidro duplo; 
- Manutenção de portas e janelas fechadas (fecho de portas obrigatório) de forma a regular a temperatura ambiente dos espaços. As janelas de vidro duplo reduzem praticamente em 50% as perdas de calor face ao vidro normal;
- Realização da manutenção aos filtros dos sistemas de tratamento de ar, em função da sua pressão diferencial (ou perda de carga). A perda de carga ótima para a substituição/limpeza do filtro deverá ser indicada pelo fabricante;
- Instalação de manómetros diferenciais nos filtros e/ou pressostato diferencial com ligação à GTC;
- Manutenção e aferição periódica dos sistemas de monitorização de pressão diferencial (ou perda de carga). Manter limpos os filtros do sistema de ar condicionado pode reduzir o consumo de energia do equipamento entre 5% a 15%;
- Na substituição dos filtros, optar por filtros com classe energética A ou A+ (EN779:2012); 
- Colocação de mecanismos de fecho automático de portas;
- Reparação de mecanismos de fecho de portas e janelas danificados para reduzir transferências de calor. Manter as portas e janelas fechadas e proceder à sua reparação de modo a aumentar o isolamento térmico pode permitir um aumento da poupança em 30%;
- Utilização das janelas do edifício, durante o verão, para promoção da ventilação e refrigeração natural durante a noite. 

Volume de descarga dos autoclismos
- Redução da capacidade de descarga, aproveitando os mecanismos dos autoclismos ou colocando uma garrafa de 1,5 L cheia de água dentro dos mesmos;
- Substituição gradual dos autoclismos de descarga única pelos de dupla descarga/classe A de eficiência hídrica.
 
Se metade dos utentes dos serviços de saúde utilizassem instalações sanitárias com estas medidas e dispositivos instalados, seria possível poupar, anualmente, a água necessária para encher mais de 150 piscinas terapêuticas.
 
 
Estabelecer como manutenção prioritária as fugas de água
- Monitorização constante de fugas e alertas de consumos inesperados;
- Reparação de fugas de água.
 
Uma torneira a pingar à velocidade de uma gota por segundo representa um consumo de até 1.000 litros por mês.
 
 
Controlo eficiente da quantidade de água dispensada por torneiras e chuveiros
- Instalação de redutores de caudal (redutores da pressão de abastecimento, difusores, filtros, perlatores, atomizadores ou arejadores) nas torneiras e chuveiros;
- Substituição de torneiras de água convencionais por temporizadas.
 
Se um hospital médio de 100 camas consumir anualmente 20.000 m3 de água para uso sanitário, com a instalação de redutores nas torneiras será possível poupar a água que cerca de 100 pessoas consomem anualmente em Portugal.
 
 
Utilizar sistemas de irrigação mais eficientes
- Redução do tempo de rega do jardim;
- Complementar e reativar a infraestrutura existente de rega de jardim, substituindo o recurso à rede pública;
- Reformulação das zonas, optando-se por plantações que não necessitem de utilização do sistema de rega tão frequente;
- Efetuar a rega dos jardins durante o início da manhã ou fim da tarde para reduzir as perdas de água por evaporação;
- Usar cascas, cortiças, entre outros, como camas de árvores e flores para reduzir as perdas de água por evaporação.
- A instalação de um mecanismo de aproveitamento de água da chuva permite uma rega mais ecológica, assim como a partir de água utilizada na lavagem de legumes ou frutos.
 
A adoção de boas práticas de gestão da rega pode conduzir a uma poupança de 70% na água gasta num jardim.
 
 
Redução da produção de resíduos de papel 
- Promoção da digitalização de documentos para arquivo;
- Reutilização de envelopes no correio interno;
- Programar as impressoras para impressão frente e verso por defeito;
- Reutilização de papel de escritório colocando nas zonas de trabalho administrativo bandejas diferenciadas de papel normal e papel para reutilização, por exemplo, na impressão de documentos.
 
Um sistema de gestão documental adequado reduz os custos potenciais relacionados com o papel em 40%, e a seleção do modo de impressão frente e verso pode reduzir em 30% o consumo de papel numa empresa.

 
Comprar papel reciclado
-  Compra de papel com fibras 100% recicladas, proveniente de florestas geridas de forma sustentável e cujo processo de fabrico não contenha cloro. 
Por cada tonelada de papel reciclado, evita-se o abate de 15 a 20 árvores. 

Configurar equipamentos informáticos
- Identificação, juntamente com o Serviço de Informática, dos computadores que poderão ser desligados remotamente no final de cada dia de trabalho;
- Configuração de computadores para modo de poupança adequado após 15 minutos de inatividade.
- Um computador portátil pode consumir até menos 90% face a um de secretária. Para isso, deve ser utilizada a bateria, diminuída a luminosidade do ecrã e ativada as opções de suspensão e hibernação.

Estabelecer diretrizes de poupança energética para o pessoal de segurança
- Redução dos consumos de energia através de alertas ao pessoal da segurança para, durante as rondas, apagarem as luzes e desligarem os equipamentos desnecessariamente ligados;
- Certificar-se de que a iluminação exterior está ligada apenas durante a noite.

Gestão de Frotas
- Monitorização de indicadores de consumo de combustíveis dos automóveis;
- Fomentar a condução ecológica, dando formação aos motoristas;
- Promover a realização de reuniões por videoconferência, quando não se justifica a presença física dos participantes.
- Em caso de necessidade de utilização de uma viatura automóvel, deve optar-se sempre que possível pela sua partilha, de modo a diminuir o número de veículos que circulam diariamente.

Gestão de stocks
- Otimização da utilização de consumíveis através de projeto dos armazéns avançados contribuiu de forma significativa para a rentabilização e controlo de utilização deste tipo de material.

Doar equipamentos inventariáveis a entidades de solidariedade social
- Fomentar o aumento de vida útil de bens e equipamentos, colocando-os à disposição de entidades de solidariedade social.

A comunicação contínua sobre as questões de sustentabilidade é fundamental para garantir o sucesso da implementação das medidas apresentadas!