Evite as quedas!

Ao longo dos anos existem alterações no corpo, que consequentemente mudam as respostas que são dadas às informações do meio (espaço físico) e isso pode refletir-se na mobilidade e capacidade de evitar uma queda. Com o avançar da idade, a visão, a audição, a força muscular e o equilíbrio diminuem, e aumenta a probabilidade de ocorrerem doenças como a osteoporose ou outros problemas crónicos, sendo que todos estes fatores aumentam o risco de queda.

Nos idosos, as quedas podem resultar em fraturas graves, traumatismos cerebrais, lesões musculares e até mortes acidentais. Desta forma, é fundamental que se criem ambientes seguros que permitam ao idoso mover-se, tendo o risco de queda minimizado, e ainda, incentivá-lo a um estilo de vida mais saudável.
 
O exercício físico ajuda significativamente a prevenir a queda já que melhora o equilíbrio, a mobilidade, a força e o tempo de reação.
 
Para além dos motivos que se prendem com a própria e normal debilidade causada pelo avanço da idade, existem características que se relacionam com o espaço físico, que devem ser consideradas para que se reduzam os riscos de queda. 
 

A prevenção revela-se assim fundamental para proteger de quedas e consequentemente, problemas de saúde graves e incapacitantes, e mesmo a morte.

Mantenha-se em segurança!

Em sua casa:
- Mantenha a casa bem iluminada.
- Use luz de presença para a noite, no quarto e casa de banho.
- Coloque piso antiderrapante e mantenha sempre o chão limpo e seco.
- Use antiderrapantes nos tapetes, áreas de banho e calçado.
- Instale corrimão em escadas ou degraus.
- Instale barras de segurança na casa de banho e áreas de banho.
- Evite ter os fios dos eletrodomésticos à vista.
- Retire os móveis das passagens mais frequentes, optando por móveis com cantos arredondados, com altura adequada a cada pessoa para evitar tonturas (não sendo possível, evite deixar os objetos em armários altos).
- Fixe as mesas nos cantos.
- Instale portas sem maçanetas (portas de correr com trilhos somente em cima).
- Evite subir cadeiras ou bancos.

Na sua atividade diária:
- Desenvolva atividades físicas.
- Desenvolva atividades mentais, como a leitura, jogos individuais (como palavras cruzadas, por exemplo) e jogos sociais (cartas, dominó, etc.).
- Mantenha uma alimentação variada e equilibrada, mas sempre adaptada ao seu caso (diabéticos, hipertensos, etc.).
- Conheça os efeitos dos medicamentos que toma, como a sonolência, as tonturas, etc..
- Evite bebidas alcoólicas ou outras dependências.
- Distribua simetricamente os sacos de compras ou outros pesos e use "carrinho de compras" para limitar o esforço.
- Use auxiliares de marcha, se necessário, em pisos irregulares.

Leia mais informação sobre a prevenção de quedas nos documentos:

Tropeções, quedas e trambolhões
Prevenção de quedas em idosos no domicílio
 

Passo-a-passo prevenimos as quedas

As quedas ocorrem em todas as faixas etárias, muitas vezes devido à perda de equilíbrio. É, no entanto, nas crianças menores de cinco anos e nos idosos que se verifica um maior risco de cair, e de sofrer danos graves daí resultantes. A boa notícia é que, conhecendo o que aumenta o risco de queda e de lesão, podemos prevenir que aconteçam.
Nos próximos textos iremos partilhar consigo as melhores formas de prevenção de quedas nas crianças e nas pessoas com mais de 65 anos, e dicas de como tornar o seu dia-a-dia mais seguro. Acompanhe-nos para saber quais os fatores de risco, e quais as medidas de segurança e prevenção a tomar!

Saiba como prevenir as quedas nas crianças

No seu processo de desenvolvimento normal é natural que as crianças caiam, quando aprendem a andar, subir, correr, saltar e explorar o ambiente físico. Felizmente, a maior parte das quedas não tem consequências graves, sendo as principais lesões as pequenas arranhadelas ou as “nódoas negras”. Contudo, algumas destas quedas têm consequências mais graves, sendo, segundo a Organização Mundial de Saúde, a quarta causa de morte por acidentes não intencionais nas crianças. 
 
As quedas não fatais têm um custo significativo para a saúde, e podem constituir um elevado risco de morte (particularmente resultantes de lesões na cabeça), pelo que são prioritárias as medidas de prevenção, com forte reforço na promoção da segurança das crianças. Para prevenir as quedas é importante ter alguns aspetos sempre presentes:
 
As crianças pequenas podem rolar ou cair de camas e mesas muito mais rápido do que se imagina, por isso é preciso cuidado acrescido, inclusive quando se mudam as fraldas; 
As crianças com idade inferior a seis anos não devem dormir em beliches, e, caso não exista outra opção, devem ser colocadas grades de proteção laterais;
Manter o mobiliário afastado das janelas;
Instalar sistemas de bloqueio nas janelas para evitar que as crianças as abram;
Se possível deve-se utilizar portões no início e fim das escadas, e, caso as escadas sejam abertas, devem possuir redes em toda sua extensão;
Deve usar a contenção com um cinto de cinco pontos no carrinho ou cadeira;
Deve-se incentivar as crianças a usar capacete sempre que andarem de patins, bicicleta ou trotineta, porque reduz o risco de lesão grave na cabeça em 85%; 
Os brinquedos não devem estar espalhados porque a criança pode tropeçar ou escorregar (especialmente em escadas), ou um adulto com um bebé ao colo pode tropeçar e deixar cair o bebé.

Saiba como prevenir as quedas nas pessoas com mais de 65 anos

Nas pessoas com mais de 65 anos as quedas são uma importante causa de mortalidade e incapacidade, com elevado impacto na saúde e na qualidade de vida. À medida que se envelhece ocorrem alterações físicas e neurológicas, que podem tornar as pessoas mais vulneráveis aos acidentes, resultando no aumento do nível de ansiedade, na perda de confiança em si próprio, na redução das atividades da vida diária, e numa permanente sensação de medo de voltar a cair.
 
Como a visão fornece informação sobre a orientação no espaço e influencia o equilíbrio, algumas doenças dos olhos, como glaucoma, cataratas e diminuição da visão, limitam a capacidade de avaliar o perigo, favorecendo a ocorrência de quedas. Outro problema habitual nos mais velhos é a diminuição da audição, que influencia a orientação no espaço e a manutenção do equilíbrio.
 
Também os problemas que causam alterações na marcha e que surgem com a idade, como a artrose, a osteoporose e as doenças inflamatórias das articulações, podem provocar perda do equilíbrio e tremores, favorecendo as quedas. A falta de vitamina D e a toma de vários medicamentos, especialmente os antidepressivos, tranquilizantes, indutores do sono e anti‐hipertensores são outros aspetos que aumentam o risco de acidentes. Urge assim criar estratégias para tornar o dia-a-dia mais seguro.

Prevenção de quedas: conheça os fatores de risco que deverá eliminar do seu dia-a-dia

Sabia que aproximadamente uma em cada cinco quedas necessita de cuidados médicos, e que uma em cada 20 resulta em fratura? Como em quase tudo na vida, a prevenção é mesmo o melhor remédio. Conheça os aspetos que contribuem para quedas, e veja se ocorrem em sua casa ou nos locais que frequenta:

Iluminação deficiente;
Tapetes soltos nos quartos, casas de banho, corredores e outras divisões da casa;
Inexistência de corrimão ou de barras de segurança, nomeadamente na banheira, e pavimento molhado ou escorregadio;
Mobília instável e móveis no meio do caminho, principalmente entre o quarto e a casa de banho, assim como gavetas abertas, por exemplo;
Escadas com degraus de tamanhos diferentes e soleiras das portas não niveladas com o chão.
 
Embora muitos dos acidentes domésticos ocorram na cozinha, o lugar mais perigoso são as escadas, que apresentam riscos para todas as idades. O pavimento da cozinha e da casa de banho estão na origem de muitos acidentes, mas os tapetes e carpetes não fixos ao chão são uma verdadeira armadilha! Outro aspeto fundamental na prevenção de quedas é a iluminação: a escolha das lâmpadas deve ser adequada a cada divisão.

Prevenção de quedas: fortalecer o corpo e minimizar os riscos do espaço

A prática de exercício físico é recomendada em todas as idades, mas é sobretudo em idades mais avançadas que faz muita diferença. Para fortalecer os ossos e músculos, é importante fazer caminhadas e outros exercícios físicos de baixo impacto, como por exemplo a hidroginástica.

Garanta também que segue estas dicas de segurança:
 
Tenha atenção aos pisos molhados e escorregadios, evitando chão encerado;
Opte por usar sapatos com saltos largos e que tenham calcanhares reforçados, que garantem que os pés não se movimentam dentro dos sapatos, e evite os chinelos;
Os móveis com rodas podem causar quedas, por isso evite-os;
Se não tem barras de apoio na banheira ou no chuveiro, mande colocá-las;
Não ande em zonas com luz fraca, substitua as lâmpadas, ou mande instalar luz nas zonas de passagem;
Verifique a sua visão e, se necessitar de óculos, utilize-os sempre;
Tenha cuidado com fios soltos e com tapetes não fixos;
Se tiver animais de estimação esteja atento, pois podem movimentar-se bruscamente e fazer com que se desequilibre; 
No quintal, evite a acumulação de folhas e flores húmidas no chão;
Não use camisolas e roupões compridos para evitar tropeçar, principalmente se tiver de se levantar a meio da noite.
 
Tenha o telemóvel sempre consigo, ou deixe o telefone num local de fácil acesso para o caso de necessitar de pedir ajuda. Se porventura cair e tiver dores, procure assistência médica.

Prevenção de quedas: quanto vale uma caminhada?

Com o passar dos anos surge naturalmente o declínio das nossas capacidades físicas, pelo que é vital manter exercício físico regular como estratégia para um envelhecimento mais saudável. 
 
A redução da capacidade funcional resulta de alterações neuromusculares, com redução da massa e da força muscular. Estas alterações vão ter um impacto negativo no equilíbrio e na mobilidade das pessoas, aumentando o risco de cair. Com a idade, a força ao nível das pernas diminui mais rapidamente do que a dos braços, o que se reflete na capacidade de realizar tarefas simples no dia-a-dia, como levantar-se de uma cadeira, apanhar um objeto do chão, caminhar e subir escadas…
 
Para manter a capacidade funcional e melhorar o equilíbrio é fundamental manter uma atividade física regular. A mobilidade é essencial para a pessoa manter a sua independência, mas quando começam a surgir dificuldades na marcha, há tendência para sair pouco de casa, ficar mais parado e mais limitado ao espaço familiar, o que leva à perda de autonomia. Os problemas de mobilidade aumentam, acabando por resultar em quedas com lesões muitas vezes graves. Sabendo dos riscos que corremos quando nos tornamos menos ativos, temos de pensar no que podemos fazer para evitar acidentes e a perda de função física que resulta da imobilidade e na dependência.
 
Assim, mantenha-se ativo, promova a mobilidade e previna as quedas!

Prevenção de quedas: benefícios da atividade física

A atividade física é um dos mais importantes fatores na promoção da mobilidade e na prevenção das quedas, que se propiciam com o avançar da idade.
 
Todos os aspetos da vida podem melhorar se o exercício físico for desenvolvido de uma forma cuidadosa e constante, aumentando a força física, revigorando o corpo e promovendo a boa coordenação motora. O exercício físico melhora a irrigação sanguínea do cérebro, mesmo nos vasos mais finos, desencadeando assim um maior desempenho mental. O exercício físico periódico contribui desta forma para retardar as causas do envelhecimento cerebral.
 
Ter uma atividade física frequente também ajuda a prevenir a depressão, aumentando a autoestima e promovendo a integração social, sobretudo quando é feita na companhia de outras pessoas, como por exemplo numa caminhada. Para algumas pessoas o exercício é também uma forma bastante eficaz de combater o stress. 
 
Diversos estudos defendem que o exercício físico pode fazer a diferença entre o envelhecer saudável e o envelhecer doente, entre independência e a dependência. Como a prática de exercício físico permite adquirir mais força muscular e flexibilidade, a autonomia da pessoa é assegurada pelo bom desenvolvimento da sua motricidade. Por outro lado, a atividade mental é ativada, o idoso continua as suas funções cognitivas e atrasa o aparecimento de doenças relacionadas com a demência.

Prevenção de quedas: sinais de alerta e adaptação dos espaços

Estar atento à forma como as pessoas mais idosas caminham permite perceber quando existe algum problema, por exemplo quando tropeçam em algo e caem, quando os pés não conseguem manter o ritmo, arrastando-se no chão, ou quando se desequilibram e não conseguem corrigir a posição do corpo a tempo.  Havendo um risco mais elevado de queda nestas pessoas faz todo o sentido adaptar a casa, de forma a permitir-lhes maior apoio. Estas adaptações passam por:
 
Instalação de barras de apoio;
Instalação de corrimões nas escadas;
Melhorar a iluminação;
Usar calçado adaptado ao pé, dentro e fora de casa;
Depois de se sentar ou deitar, levantar-se lentamente;
Retirar tapetes desnecessários;
Remover objetos nos quais se possa tropeçar, como fios elétricos, calçado ou outros objetos de locais por onde se ande;
Manter objetos de utilização diária em armários onde se chegue facilmente, sem necessitar de subir escadas ou de esticar o pescoço;
Ter sempre um telefone próximo e números de emergência acessíveis.
 

Prevenção de quedas: a doença crónica e o risco de queda

As doenças crónicas, que surgem à medida que envelhecemos, podem contribuir para a progressiva fragilidade da pessoa idosa, aumentando o risco de queda. São exemplos dessas doenças as cardíacas (arritmias, hipertensão), doenças respiratórias, doenças neurológicas, doenças dos rins e bexiga e artroses. A osteoporose, que também aparece com a idade, não aumenta o risco de queda, contudo a probabilidade de lesão mais grave é muito maior quando acontece uma queda.
 
Quando a pessoa tem de tomar medicamentos para vários problemas de saúde, o risco de queda também pode aumentar. Por exemplo, os medicamentos para problemas de saúde mental ou para a hipertensão arterial podem provocar efeitos secundários como sonolência ou tonturas. Por outro lado, a probabilidade de efeitos adversos e da existência de interações entre os medicamentos, quando a pessoa toma muitos remédios diferentes é maior, fazendo com que o equilíbrio seja mais instável e possa cair.
 
Não deve hesitar em pedir conselho ao médico ou ao enfermeiro de família sobre o que se deve fazer para controlar estes fatores. O médico e o enfermeiro de família são os melhores aliados do utente e da sua família para evitar as quedas, sobretudo quando relacionadas com a doença crónica e a medicação que é preciso tomar para a controlar.

Prevenção de quedas no doente hospitalizado

A prevenção de quedas no hospital é uma grande preocupação dos profissionais de saúde, pois os doentes que têm necessidade de ficar internados apresentam maior fragilidade da sua condição física, o que acrescenta risco de virem a cair, sobretudo se já existem outros fatores adversos, como por exemplo vertigens, alteração da marcha, alterações do estado mental, ter já caído antes de ser internado, estar a fazer medicamentos que alteram o seu equilíbrio, entre outros.
 
Para prevenir as quedas em meio hospitalar, os doentes internados são avaliados para identificar o risco de cair. Os que têm alto risco de queda são assinalados pela equipa, de forma a manter uma vigilância mais apertada do mesmo. 
 
Todos os intervenientes no processo de tratamento do doente são responsáveis por melhorar a segurança na prevenção das quedas, incluindo as visitas e os acompanhantes, implementando medidas universais de prevenção de quedas.
 
As medidas de segurança e prevenção de queda são:
 
Manter as camas no nível mais baixo, manter as grades de proteção levantadas; 
As cadeiras, os cadeirões e as camas têm de estar travados;
A campainha deve estar acessível ao doente, para facilmente pedir ajuda quando se sentir mal, ou se quiser levantar;
Orientar o doente, explicando que está no hospital e que tem uma campainha para pedir ajuda;
O espaço ao redor da cama do doente tem de estar arrumado, sem fios no chão, ou objetos que façam o doente tropeçar e cair;
O doente com alto risco de queda deve estar identificado, por exemplo colocando na pulseira uma sinalética que indique esse risco. 
 
Quando fizer uma visita, tenha em atenção estas recomendações e colabore com os profissionais de saúde!