Semana Mundial da Incontinência Urinária
Viver com incontinência urinária
Na Semana Mundial da Incontinência Urinária torna-se premente alertar consciências para este problema, não só trazendo à discussão pública, mas também explicando que não é necessário sofrer diariamente com este problema, pois existem tratamentos eficazes que podem devolver qualidade de vida aos doentes que dela sofrem.
A incontinência urinária (IU) define-se como a perda involuntária de urina. Em Portugal, estima-se que existam cerca de 600 mil incontinentes: três em cada dez mulheres e um em cada dez homens são afetados por esta condição.
A IU influencia negativamente a qualidade de vida, com sentimentos de medo, vergonha e culpa. Preocupações em relação ao odor, sensação de sujidade, incontinência durante a atividade sexual, podem levar à evicção de situações de intimidade. A frequência urinária e a necessidade de interromper tarefas afeta o rendimento profissional, a interação com amigos, colegas, família e de viajar.
A capacidade de armazenar e eliminar a urina exige a integridade de uma série complexa de mecanismos que envolvem o cérebro, a bexiga, a uretra, os músculos e os nervos do pavimento pélvico.
Existem vários tipos de IU:
Incontinência Urinária de Esforço (IUE) - a perda de urina é desencadeada por manobras que façam aumentar a pressão dentro da bexiga, como tossir, espirrar, rir, agachar ou realizar esforços ligeiros ou intensos. O problema reside no enfraquecimento dos músculos e ligamentos do pavimento pélvico, ou do próprio esfíncter urinário. É por isso mais frequente nas mulheres após o nascimento dos filhos, ou após determinadas cirurgias ginecológicas. O tratamento pode consistir na realização de fisioterapia, mas os melhores resultados são obtidos com a realização de uma cirurgia simples de ambulatório, que consiste na colocação de uma fita sintética a suportar a uretra.
Incontinência Urinária de Urgência (IUU) - a perda de urina é imediatamente precedida de imperiosidade, isto é, de desejo súbito e inadiável de urinar. Existe vontade de urinar ou perdas de urina em situações típicas, como mexer em água ou quando se abre a porta ao chegar a casa. Há também doentes que se sentem pior com determinados alimentos, tais como café ou comidas condimentadas. O tratamento baseia-se em algumas medidas gerais simples, sendo frequente o recurso a medicamentos que impedem as contrações involuntárias da bexiga, evitando a incontinência.
Incontinência Urinária Mista (IUM) - coexistência de sintomas de IUE e IUU. Deve-se tentar determinar quais os sintomas que predominam e que mais incomodam a doente. O tratamento envolve a abordagem terapêutica de ambas as formas de incontinência.
O reconhecimento do tipo correto de incontinência é fundamental para a sua abordagem eficaz. Para além do tratamento farmacológico e cirúrgico, a reeducação pélvica pode desempenhar também um importante papel. A cirurgia não está indicada em todos os casos. Algumas medidas simples podem ser eficazes no tratamento e prevenção da IU, nomeadamente: beber quantidades adequadas de líquidos (a desidratação aumenta a irritação da bexiga e facilita a incontinência); seguir uma dieta saudável; controlar o peso; mudar os hábitos de utilização da casa de banho (Ir sempre que necessita. Evitar a retenção frequente e prolongada, pois pode lesar os músculos da bexiga e facilitar a infeção urinária. Esvaziar completamente a bexiga); evitar a obstipação e exercitar os músculos do pavimento pélvico.
O reconhecimento do tipo correto de incontinência é fundamental para a sua abordagem eficaz. Para além do tratamento farmacológico e cirúrgico, a reeducação pélvica pode desempenhar também um importante papel. A cirurgia não está indicada em todos os casos. Algumas medidas simples podem ser eficazes no tratamento e prevenção da IU, nomeadamente: beber quantidades adequadas de líquidos (a desidratação aumenta a irritação da bexiga e facilita a incontinência); seguir uma dieta saudável; controlar o peso; mudar os hábitos de utilização da casa de banho (Ir sempre que necessita. Evitar a retenção frequente e prolongada, pois pode lesar os músculos da bexiga e facilitar a infeção urinária. Esvaziar completamente a bexiga); evitar a obstipação e exercitar os músculos do pavimento pélvico.
O doente deve ter a oportunidade de tomar decisões informadas sobre a sua abordagem terapêutica, motivo pelo qual uma boa comunicação entre médico e doente é fundamental.
Artigo elaborado por:
Ricardo Borges
Diretor do Serviço de Urologia do Centro Hospitalar de Leiria
(junho de 2021)